Pesquisa vai mostrar perfil de participantes do debate ambiental no país

08/06/2006 - 14h28

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Pesquisa que vai ser divulgada nesta tarde pelo Ministério do Meio Ambiente revela o perfil das pessoas que participam do debate ambiental no país e a avaliação que elas fazem sobre as políticas públicas. O levantamento foi feito durante a 2ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, em dezembro do ano passado.

Em entrevista à Rádio Nacional, o coordenador-geral da conferência, Pedro Ivo Batista, disse que a pesquisa mostra uma diversificação significativa do público da conferência. "A questão ambiental é hoje uma preocupação da sociedade", afirmou. "Antes não havia no Brasil a idéia de incorporar as pessoas às políticas públicas e fazer com que haja maior participação e controle social".

Segundo Batista, a segunda edição do evento teve a preocupação de dar representatividade a um número maior de segmentos da sociedade. Intitulada Avaliação da Política Ambiental pelos participantes da 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, a pesquisa revela que 70,9% não são especialistas na área, exercendo as mais diversas atividades, como pedagogia, medicina e sociologia.

Essa abertura para outros setores, de acordo com o coordenador-geral, foi questionada pelos ambientalistas pelo risco de provocar uma queda na qualidade do debate, o que motivou a realização da pesquisa. Apesar de a maioria dos participantes não ser especialista, a pesquisa identificou que mais da metade (65,1%) atua na área socioambiental no mínimo há cinco anos, sendo 43,7% há mais de uma década.

"Não queremos uma conferencia que seja só nós com nós. Não é um debate só de ambientalistas. A questão ambiental é hoje uma preocupação da sociedade", disse Batista. "As ONGs [organizações não governamentais] ambientalistas, que fundaram o ambientalismo no Brasil, foram e são muito importantes para formar opinião, para defender a questão ambiental, mas hoje há uma mudança de qualidade nesse processo", acrescentou.

De acordo com o levantamento, 62% dos participantes exercem atividades de educação ambiental. "A educação é a base de tudo. Se os educadores não estão conscientes, não vamos avançar. Então, isso é um dado que nós consideramos bastante promissor, bastante animador", disse o coordenador-geral da conferência, Pedro Ivo Batista, em entrevista à Rádio Nacional.

A pesquisa também identificou que 62% dos participantes são homens; 60% têm entre 35 e 54 anos; 67%, nível superior completo; e 13%, nível superior incompleto. Foram entrevistados 1.144 delegados dos 1.337 presentes. Destes, 16,7% eram do Centro-Oeste, 21,59% do Sudeste, 18,62% do Norte, 29,46% do Nordeste e 13,64% do Sul.