Finep disponibiliza recursos de fundos setoriais para projetos na área petrolífera

08/06/2006 - 17h07

São Paulo, 8/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) disponibilizou R$ 100 milhões para empresas interessadas em parcerias com universidades e instituições científicas e tecnológicas para o desenvolvimento de projetos em três áreas estratégicas do setor petrolífero, que são óleos pesados, gás natural e dutos. Os detalhes técnicos de habilitação foram apresentados hoje (8), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo a diretora da área de Inovação, Competitividade e Desenvolvimento Social da Finep, Eliane Bahruth, a linha de apoio à inovação tecnológica dessa instituição soma algo em torno de R$ 270 milhões, dos quais R$ 100 milhões serão destinados a projetos de infra-estrutura para o setor petrolífero. "São recursos provenientes dos fundos setoriais, portanto, não reembolsáveis", explicou Eliane. Ela disse que grande parte dos recursos deve ser liberada ainda neste ano.

Os tomadores deverão ser as instituições de pesquisas, mas sempre em desenvolvimento de produtos de inovação em sistema de parceria com as empresas. Os editais já estão à disposição dos interessados no site: www.finep.gov.br e o prazo para a apresentação de propostas vai até 10 de julho.

Ao anunciar a oferta dos recursos, o superintendente da área de Planejamento da Finep, Rogério Amaury de Medeiros, informou que o Brasil ainda tem muitos espaços a serem explorados no setor petrolífero. Ele disse que, entre os "gargalos tecnológicos", estão os procedimentos que envolvem a exploração dos óleos pesados, que constituem grande parte das reservas brasileiras.

"Os óleos pesados ainda não são totalmente explorados por causa de dificuldades tecnológicos", afirmou Medeiros. Para ele, há necessidade de melhorias em todos os processos, "desde o reservatório no fundo mar até a utilização na refinaria". Além disso, é preciso investir na malha dos dutos. Enquanto nos Estados Unidos existem 400 mil quilômetros de dutos, no Brasil, eles somam cerca de 30 mil quilômetros.

De acordo com projeções da Petrobras, deverão ser investidos nos próximos cinco anos cerca de US$ 5,5 bilhões em novos dutos no país. Esses investimentos estão associados à crescente demanda dos produtos petrolíferos e de gás natural. Hoje, são consumidos no mercado interno cerca de 45 milhões de metros cúbicos de gás natural, dos quais 25 milhões produzidos pela Petrobras, que, basicamente, absorve toda essa oferta. Para suprir o mercado, o restante é importado da Bolívia.

Pelas estimativas da Petrobras, nos próximos quatro anos, ou seja, até 2010, o consumo deverá mais do que dobrar, ficando em torno de 100 milhões de metros cúbicos. Para atender essa demanda, a produção interna deverá crescer para cerca de 70 milhões. Serão necessários ainda 30 milhões, que deverão ser de gás boliviano.

Já a projeção de exploração de óleo pesado atinge hoje a média 1,650 milhão de barris por dia. Em 2010, a oferta deverá ser acrescida em 350 mil barris por dia com a entrada em operação de duas novas grandes unidades, a de Suape, em Pernambuco, com 200 mil barris, e a do Complexo Petroquímico Integrado de Itaboraí, no Rio de Janeiro, com 150 mil barris.