Rio, 8/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O complexo da Maré, na periferia da capital, foi a primeira comunidade carente visitada pela Comissão do Legado Social dos Jogos Pan-americanos. Formada por integrantes de nove ministérios, essa comissão tem a proposta de implantar projetos sociais em 50 favelas cariocas que ficam próximas ou no caminho entre pontos de competição do Pan 2007.
Adilson Pires, coordenador da área social da secretaria do Pan, ligada ao Ministério do Esporte, disse que os ministérios poderão investir quase 10% dos gastos com os Jogos em comunidades carentes. "Deverão ser investidos R$ 2 bilhões, sendo mais de R$ 1 bilhão do governo federal. A nossa proposta é que os ministérios entrem com até R$ 150 milhões para as 50 comunidades", estimou.
A visita de hoje (8) foi iniciada pelo Museu da Maré, o primeiro estruturado dentro de uma favela no país. A coordenadora do museu, Cláudia da Silva, apresentou aos representantes dos ministérios um pouco da história da Maré – o complexo de 16 favelas foi formado na década iniciada em 1940.
Ela disse estar otimista com a possibilidade de melhorias para essas comunidades: "A substituição das casas de palafitas pelos conjuntos habitacionais, nos anos 80, trouxe muitos benefícios, mas ainda enfrentamos problemas como a falta de projetos de geração de trabalho e renda, especialmente para os mais jovens".
Segundo levantamento da organização não-governamental Observatório de Favelas, o complexo da Maré tem cerca de 130 mil moradores e um perfil de população predominantemente jovem. A renda per capita gira em torno de R$ 35 a R$ 90 por mês.
Amanhã (9), os representantes dos ministérios e de estatais se reunirão para dar início às discussões sobre a implantação do chamado "legado Social do Pan". O encontro será no auditório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).