Alencar diz que manifestação de ontem não ajuda a reforma agrária

07/06/2006 - 23h16

Brasília, 7/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O vice-presidente da República, José Alencar, disse hoje (7), após participar do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Forças Armadas, na Câmara, que as manifestações de ontem (6) de integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) na Casa não ajudaram a causa da reforma agrária. "Aquilo que aconteceu poderia ter redundado em perdas de vidas", acrescentou.

Segundo Alencar, o Brasil tem que caminhar para uma reforma agrária, mas ela não se faz apenas com a doação de terras para famílias: "É preciso que haja núcleos residenciais, assistência médica, escolas, orientação técnica, entre outros instrumentos necessários".

Também compareceram ao lançamento da Frente o ministro da Defesa, Waldir Pires, e os comandantes do Exército, general Francisco Albuquerque; da Marinha, almirante Roberto Guimarães; e da Aeronáutica, brigadeiro Luís Carlos Bueno. Eles elogiaram a atitude do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), "que ontem fez respeitar a ordem e o Congresso Nacional", segundo Albuquerque.

Na opinião do ministro Waldir Pires, a Frente é essencial para ajudar a reequipar as forças armadas: "Precisamos tê-las fortes para garantir a lei e a ordem". Albuquerque disse ainda que "é essencial a união das forças armadas e do Congresso Nacional, para concretizar o sonho de termos essas instituições mais bem estruturadas".

O presidente da Câmara destacou que a manifestação de ontem não desmoraliza os movimentos sociais, que "têm legitimidade porque o Brasil é um país desequilibrado, injusto, e por essa razão há luta por direitos e por igualdade". E acrescentou: "O método utilizado pelo MLST, ou seja, a violência, a depredação do patrimônio do povo, a agressão contra pessoas indefesas, está completamente desacreditado e não creio que as pessoas estejam dispostas a utilizá-lo e ser punidas".