Secretário de Direitos Humanos diz que violência na Câmara é ''retrocesso'' para movimentos

07/06/2006 - 13h36

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, disse hoje (7) que as manifestações de violência contra o Congresso Nacional representam um "enorme retrocesso" para toda a causa dos movimentos sociais. Ontem (6), integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) quebraram portas e computadores da Câmara durante ato.

"Acho o episódio absolutamente lamentável, traz enorme retrocesso para toda a causa, que é uma causa justíssima, dos movimentos sociais, então são daqueles equívocos políticos intoleráveis, a ponto de eu ter dificuldade de entender isso meramente como um erro político", afirmou o secretário.

Segundo Vannuchi, algumas demandas sociais, com as da reforma agrária, são legítimas e o governo deve manter o diálogo permanente. A causa perderia o objetivo quando os movimentos se utilizam da violência para reivindicar seus direitos. "Na hora que um movimento invade, com as câmaras gravando, arrebentando, se perde completamente o objetivo, desserve à causa da reforma agrária no Brasil", disse o ministro.

Vannuchi não acredita que o governo federal tenha culpa no episódio pois o plano de reforma agrária brasileiro estaria sendo executado "em escala sem precedentes na história do Brasil e com diálogo aberto".

"Todos os movimentos de reforma agrária já foram recebidos pelo presidente Lula. O presidente chegou até a usar o boné de um dos movimentos, o que rendeu duríssimas críticas de adversários políticos", lembrou o ministro.

"Todos podem e devem manifestar os seus pontos de vistas, as suas cobranças, críticas duras, dentro do acordo que é o não recurso à violência (...) e contra essa violência é preciso aplicar todo o rigor da lei e combater duramente a impunidade como estamos fazendo."