Polícia prepara ação para transportar manifestantes do MLST até o Instituto Médico Legal

07/06/2006 - 11h45

Beatriz Arcoverde
Repórter da Rádio Nacional

Brasília - Os integrantes do Movimento de Libertação dos sem Terra (MLST) detidos desde ontem no Ginásio Nilson Nelson, no centro de Brasília, ainda não foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para o exame de corpo de delito, mas o instituto informou que há 50 peritos disponíveis para isso.

A polícia ainda prepara a ação de transporte. Dez ônibus já estão estacionados na frente do ginásio, aguardando a ordem para transportar os detidos. O chefe da Defensoria Pública da União no Distrito Federal, Antonio de Maia e Pádua, chegou hás pouco para informar a todos sobre o direito de defesa.

Existem no Distrito Federal cinco defensores públicos da União e as defesas têm de ser feitas individualmente. Por causa disse, se os detidos não tiverem advogados, a defesa deve demorar, atrasando os pedidos de habeas corpus e demais ações judiciais. Enquanto isso, ele continuam detidos.

O secretário de Segurança do Distrito Federal, general Athos Costa, informou que o Complexo Penitenciário da Papuda, presídio de Brasília, já tem preparada uma ala com capacidade para 300 pessoas, para o caso de ser preciso prender os manifestantes autuados. Segundo ele, essas pessoas só não serão encaminhadas à Papuda se houver alguma decisão judicial durante a tramitação do inquérito.

O Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) que invadiu o Congresso Nacional é o mesmo que no ano passado realizou uma manifestação no Ministério da Fazenda para exigir o desbloqueio de R$ 2 bilhões do orçamento da reforma agrária.

O movimento surgiu em agosto de 1997 e é formado por militantes de esquerda e por ex-lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Atualmente, o MLST é organizado principalmente no estado de Pernambuco, e tem representantes em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Maranhão.