Porto Alegre, 7/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul tem 15 dias para avaliar o inquérito sobre crimes que teriam sido cometidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Fazenda Coqueiros, no norte do estado. A informação é do delegado Danilo Flores, responsável pelo processo em que 495 integrantes do movimento foram indiciados.
Flores encaminhou ontem (6) à Justiça o processo sobre a ocupação da fazenda. Nele, acusa os sem-terra de ter cometido furto, roubo, dano simples e qualificado, dano ambiental e ao patrimônio e formação de quadrilha, entre outros 34 fatos criminais, durante os quatro períodos de ocupação da área em Coqueiros do Sul desde 2004. O documento será encaminhado ao Ministério Público analisará a investigação policial e dará parecer sobre ela.
Segundo o delegado, entre os indiciados estão quatro líderes do MST. "Dois deles já estão com prisão preventiva decretada pela Justiça", disse Danilo Flores.
O inquérito tem nove volumes e mais de 2 mil páginas. A investigação durou dois anos, durante os quais foram analisados vídeos e fotografias para identificação de participantes, além de centenas de depoimentos.
O MST alega que a propriedade de 7 mil hectares, da família Guerra, é um latifúndio improdutivo. Em maio, prefeitos e vereadores da região pediram ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a desapropriação da fazenda para reforma agrária.