Milena Assis
Da Agência Brasil
Brasília - A repressão e as campanhas para conscientização da sociedade foram responsáveis, no ano passado, por uma redução "drástica" nos índices de falsificação e de contrabando de produtos brasileiros. A informação foi dada pelo secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, Márcio Gonçalves, durante reunião hoje (7) com o secretário de Comércio dos Estados Unicos, Carlos Gutierrez.
Gonçalves citou como exemplo a redução de 85% na falsificação e de 30% no contrabando de cigarros. Para os eletroeletrônicos, em 2005 a queda foi de 60%, 13 pontos percentuais inferior aos 73% previstos. Para Gutierrez, as ações promovidas pelo governo devem tirar o Brasil da lista de países com maior índice de pirataria no mundo.
O trabalho conjunto entre os dois países, segundo o representante brasileiro, pode ajudar a reduzir ainda mais esses índices. "Há dois anos conversamos com os governos americano e de países da Europa e da América Latina. Entendemos que a forma mais inteligente de combater esse crime internacional é com trocas de experiências e de informações entre os agentes policiais. Para isso, já estamos treinando e capacitando esses agentes", disse Gonçalves.
Durante a reunião, acrescentou, os representantes americanos anunciaram o compromisso de estudar a presença do Brasil na próxima "lista negra". Gonçalves afirmou que "o fato de o Brasil estar nessa lista gera danos à imagem do país e não corresponde à realidade, pois atualmente o país é um dos que mais combatem a pirataria". O secretário informou ainda que os Estados Unidos deverão incentivar empresas que têm prejuízos com a pirataria para entrar em campanhas educativas junto com o governo brasileiro.
O Brasil deixa de arrecadar mais de R$ 30 milhões por ano, devido à pirataria, que além de tirar o emprego formal de muitos trabalhadores, alimenta práticas de organizações criminosas, segundo dados do Ministério da Justiça.