Marina Silva diz que quebra-quebra no Congresso não pode generalizar perfil dos movimentos sociais

07/06/2006 - 14h08

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Hoje (7), durante a cerimônia de assinatura da portaria que cria um grupo de trabalho interministerial sobre alimentos orgânicos, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou a ação do Movimento de Libertação dos Sem Terra no Congresso. "Sou solidária a visão dos que lamentam o episódio que aconteceu ontem", disse a ministra. Marina Silva citou a 8ª Conferência das Partes, realizada em Curitiba, como exemplo de um evento que reuniu pessoas com idéias contrárias, mas que defenderam seus propósitos democraticamente.

"Tínhamos ali [na conferência] cerca de cinco a sete mil pessoas da Via Campesina presentes. Durante mais de 20 dias, essas pessoas ficaram em Curitiba, fizeram várias manifestações, inclusive eu fui recebida por elas em um ato público numa praça e, graças a Deus, não tivemos nenhum episódio de qualquer forma de violência", afirmou Marina. "Quero fazer esse registro para que a gente não tenha a prática de sempre generalizar as coisas. É aquela história, os maus políticos servem para generalizar a todos, mas os bons políticos não servem."

O Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) é o mesmo que no ano passado realizou uma manifestação no Ministério da Fazenda para exigir o desbloqueio de R$ 2 bilhões do orçamento da reforma agrária. O movimento surgiu em agosto de 1997 e é formado por militantes de esquerda e por ex-lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Atualmente, o MLST é organizado principalmente no estado de Pernambuco, e tem representantes em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Maranhão.