Lula diz a empresários que não vai faltar dinheiro para investir em ferrovias

07/06/2006 - 17h43

Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (7) que o Brasil está vivendo "um momento muito bom" no setor ferroviário. Ele disse a um grupo de empresários que participam do seminário Brasil nos Trilhos que, daqui para a frente, as perspectivas para o setor são muito melhores, porque não vai faltar dinheiro para os investimentos.

"O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES] está disposto a arcar com seus compromissos e com suas responsabilidades para financiar. Para isso, o projeto precisa ter substância e bases econômicas", garantiu Lula, ao lembrar os problemas ocorridos na construção da Transnordestina, cujas obras foram retomadas ontem (6), no Ceará. Segundo ele, foram necessários quase dois anos para construir a engenharia financeira da ferrovia.

Lula disse que, apesar dos "gargalos" que existem para a construção das ferrovias no país, o governo federal está tentando resolver os problemas nos trechos pequenos, que implicam mais gastos e não proporcionam a rentabilidade que as empresas deveriam ter. "Lá em São Félix, na Bahia, temos seis manobras que demoram quase nove horas, que inviabilizam praticamente a cidade".

Ao destacar os avanços recentes do setor ferroviário, o presidente do BNDES, Demian Fiocca, informou que a carga transportada no país aumentou 6,6% entre 2003 e 2005, o número de empregos também cresceu 12,7%. A frota de locomotivas cresceu 26,3% e a de vagões, 33%.

"Houve a recuperação da indústria, passamos a produzir, em 2005, cerca de 7.500 vagões, 25 vezes mais do que em 2002", afirmou Fiocca. Segundo ele, o banco financiou R$ 200 milhões no projeto Brasil Ferrovias, até agora, e vai financiar mais R$ 2 bilhões até 2010.

"Os resultados positivos do setor ferroviário são resultados de um conjunto de ações combinadas do governo federal. O forte crescimento do setor traz para o conjunto da economia empregos e benefícios ao consumidor, com o preço mais barato, por causa do baixo custo do transporte", destacou Fiocca.