Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A dificuldade de acesso a ferrovias e portos e aspectos tributários que representam dificuldades ao desenvolvimento da intermodalidade são alguns dos pontos da Agenda Estratégica para o Setor Ferroviário, que foi apresentada hoje (7) pelo presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Mauro Dias, no seminário Brasil nos Trilhos.
Umas lacunas apontadas por Mauro Dias é a inexistência de mecanismos tributários para atrair investimentos para o setor. Dias comparou dados do setor no Brasil com dados da Índia, que tem malha ferroviária sete vezes maior. Para ele, a regulamentação também precisa ser aprimorada para que haja mais equilíbrio de direitos e obrigações das partes envolvidas. "A segurança das operações e das cargas transportadas é outro fator a ser discutido", completou.
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que várias questões incluídas na agenda já vêm sendo trabalhadas pelo governo. Uma delas é o investimento em grandes ferrovias para ampliar e aprimorar a malha existente. "A posição do governo é de acolhimento ao que está posto na agenda".
Passos lembrou que a expansão do transporte ferroviário trará benefícios não apenas econômicos. "Quando falamos em fazer com que o sistema de transporte ferroviário avance, o primeiro grande efeito é a redução de custos na circulação de produtos, sejam aqueles que se destinam à exportação, sejam os que são voltados para o mercado interno. Isso quer dizer geração de emprego", explicou o ministro.
Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostram que, atualmente, o setor ferroviário fatura cerca de R$ 11 bilhões por ano.