Porto Alegre, 15/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Comissão das Produtoras Rurais da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) promoveu hoje (15) o Dia do Produto, quando a conta do almoço de quase 50 delas foi paga, em um restaurante da capital, com arroz, feijão, trigo, soja e milho.
A manifestação foi a primeira de uma série que os agricultores gaúchos prometem para esta semana, em diferentes regiões do estado, dentro da mobilização do Grito da Terra Brasil, "para mostrar a dimensão da crise e pedir ao governo federal medidas reais de apoio ao agronegócio". Para amanhã (16), em Brasília, está previsto um ato com a presença de governadores e lideranças do agronegócio. O Grito da Terra Brasil vai até quinta-feira (18).
Segundo a presidente da Comissão, Zênia Aranha da Silveira, o objetivo da manifestação foi alertar para o que pode ocorrer com a desestruturação do agronegócio. "As conseqüências incluirão desabastecimento, importação de alimentos, perda da soberania nacional e encarecimento da alimentação", afirmou. O apelo das ruralistas, acrescentou, "é para que os produtos tenham preços justos que cubram custos de produção e dêem margem de rentabilidade".
O diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong, informou que o Dia do Produto foi a primeira manifestação da "semana de protestos" organizada com as federações gaúchas do setor (Fetag, Federarroz e Fecoagro). A Farsul estimou que para acertar a conta do almoço, que custou R$ 1.045,00, foram necessários 2.590 quilos de arroz, feijão, trigo, soja, milho e lã – ou 56,30 quilos por pessoa, conforme tabela de equivalência de produtos.