Sociedade faz audiência pública no MT e sugere alternativas para controle de agrotóxicos

15/05/2006 - 8h44

Paulo Machado
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Segundo a promotora do Ministério Público em Lucas do Rio Verde (MT), Patrícia Eleutério Campos, a audiência pública para debater o controle de agrotóxicos não apresentou uma "solução imediata" para os problemas, mas diversas sugestões foram feitas para que seu uso seja mais eficiente. O encontro se realizou no início de maio após o debate ambiental gerado após uma nuvem de agrotóxico caiu sobre a cidade, prejudicando pequenos produtores, plantas ornamentais e até um horto medicinal.

"Uma solução imediata não foi apontada, mas também não era esse o objetivo principal da audiência publica. O que ficou claro é a importância de uma fiscalização mais eficiente do uso de agrotóxicos", explicou a promotora. Segundo o relatório do Sindicato dos Produtores Rurais, a sociedade fez sugestões de medidas que possam ser adotadas pelo poder publico de modo a evitar que acidentes como esse se repitam. Algumas principais soluções apontadas foram:

  • Adoção de política de pesquisa por parte do governo, que busque o melhoramento das técnicas de aplicação de agrotóxicos, e que também possam diminuir a quantidade de aplicação desses produtos;
  • O Ministério Público deve também buscar firmar um termo de ajustamento de conduta para que os agricultores se comprometam a aplicar agrotóxicos dentro das normas;
  • Deve haver uma grande campanha de conscientização dos aplicadores de agrotóxicos, com panfletos, cartazes, etc;
  • Deve haver treinamento técnico para os aplicadores de agrotóxicos;

    Outro ponto levantado pela população foi o risco de um possível corte nas exportações de produtos agrícolas, devido ao excesso de agrotóxicos. O açúcar exportado pelo Brasil, por exemplo, já sofreu suspensões de compra por denúncias de trabalho escravo. A comparação foi feita para se referir a empresas, que pressionadas pela população e preocupadas com a saúde e o meio ambiente, poderiam futuramente preferir alimentos mais saudáveis. E com menos agrotóxicos.

    (Veja o especial “A ameaça do agrotóxico”)

    AM