Mais de 200 pessoas permanecem reféns em rebeliões em São Paulo

15/05/2006 - 11h54

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Dois familiares de presos da penitenciária de Getulina, no interior do estado, que eram mantidos reféns foram liberados hoje (15) pela manhã sem nenhum ferimento. Outras 235 pessoas permanecem em poder dos amotinados em 46 rebeliões, a maioria deles agentes penitenciários. Muitos parentes de presos também foram feitos reféns durante a visita de final de semana.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, ainda não há informações sobre o número de reféns feridos. O número de unidades rebeladas continua o mesmo de ontem, nesse terceiro dia de conflito.

A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que em Ribeirão Preto um diretor penitenciário teve o corpo queimado por presos que jogaram sobre ele um colchão em chamas, mas que não sabia a gravidade, pois os relatórios de todas as corporações policiais ainda não tinham sido fechados. Os presos exigiram a presença da imprensa e membros da Pastoral Carcerária para negociar a rendição.

Em todo estado existem 144 penitenciárias. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, das unidades onde existem rebeliões duas localizam-se na capital paulista. Uma é o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste. A outra é o presídio feminino, no bairro do Carandirú, na zona norte da cidade. Ali há duas alas próximas da sede do Departamento de Investigações Criminais (Deic) e do Departamento de Investigações de Narcóticos (Denarc). De acordo com a direção da Pastoral Carcerária, há rebelião também, na capital, no CDP do bairro Independência.