Angra 1 realiza hoje parada programada para troca do combustível nuclear

12/05/2006 - 18h19

Rio, 12/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Usina Nuclear de Angra 1, localizada no litoral sul do Rio de Janeiro, será desconectada do Sistema Elétrico Nacional às 23 horas de hoje (12) para troca de um terço do combustível nuclear. A parada servirá também para realização de trabalhos de inspeção e manutenção da unidade.

A troca, que já estava programada, não comprometerá a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional, em razão, principalmente da folga hoje existente nos reservatórios do país, por causa das chuvas que caem desde o início do ano.

Ao falar sobre a paralisação da usina, uma das duas unidades nucleares existentes no país, o superintendente de Angra 1, Jorge Luiz Lima de Resende, garantiu que a operação já estava previamente acertada com o Operador Nacional do Sistema (ONS). Resende disse que a parada é realmente necessária porque o combustível vai sendo depreciado com o tempo e chega um momento em que é necessária a troca de parte do combustível.

"Essa parada tem como objetivo reabastecer o núcleo do reator e também permitir a realização de trabalhos de inspeção e manutenção dos equipamentos da usina – como acontece em qualquer outra indústria", explicou Resende. Segundo ele, será feita manutenção nos geradores de vapor, inspeção de 100% dos tubos (reparando os que se apresentarem desgastados), além de uma inspeção na turbina de alta pressão da usina e no gerador elétrico principal - deixando-os revisados para mais um ciclo de operação.

A paralisação de Angra 1, quando também serão feitas mais de 4 mil tarefas, não comprometerá a confiabilidade do Sistema Interligado e tão pouco comprometerá o abastecimento energético do país.

De acordo com a assessoria de imprensa do Operador Nacional do Sistema (ONS), a situação do país hoje, do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica, é confortável e o sistema continuará operando em boas condições de confiabilidade e segurança.

Com a parada de Angra 1, deixarão de ser injetados no Sistema Interligado cerca de 500 megawatts (MW) dos 25 mil MW médios disponibilizados para a Região Sudeste, o equivalente a 2% do total.

O volume será suprido pela energia gerada por usinas hidroelétricas, hoje operando em boas condições, devido à boa vazão dos reservatórios, em decorrentes das chuvas que caem na maior parte do país.

Dados do ONS indicam que há hoje folga na oferta de energia hidráulica em todas as regiões do país e que a demanda média de cerca de 50 mil MW está garantida com folga. Nas regiões Norte e Nordeste, os reservatórios operam com quase 100% de sua capacidade de armazenamento; no Sudeste, com 86,5% e, na Região Sul, onde o período de seca ainda não acabou, com 37,5%. Ainda assim, o nível de segurança está 24,5% do mínimo necessário para garantir a confiabilidade do abastecimento.