Novo presidente do TSE diz a candidatos às eleições que "a justiça atuará e fará valer a lei"

04/05/2006 - 22h40

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - "No que depender dessa cadeira não haverá condescendência de qualquer ordem". Foi com essa promessa que assumiu hoje (4) a posse da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Marco Aurélio Mello. É a segunda vez que o ministro assume o cargo. Na posse anterior, Mello comandou os trabalhos do Tribunal nos anos de 1996 e 1997.

Em seu discurso de posse, o ministro disse que o país está enfrentando uma crise ética sem precedentes, mas que dela deveremos sair mais fortes: "Em medicina, crise traduz o momento que define a evolução da doença para a cura ou para a morte. Que saiamos dessa, com invencíveis anticorpos contra a corrupção, principalmente a dos valores morais, sem a qual nenhuma outra subsiste".

Mello alertou os candidatos a serem mais espertos. "Que mantenham os freios inibitórios rígidos, porque a justiça atuará e fará valer a lei", ressaltou. Segundo ele, o discurso não foi direcionado ao Palácio do Planalto, mas feito em referência a todos os candidatos.

Durante a solenidade, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, falou das dificuldades enfrentadas pelo Judiciário: "A justiça eleitoral brasileira tem feito milagres, por isso merece os louvores da advocacia brasileira. Mas para impedir desvios de rota nas eleições de um país continente, como o nosso, milagres não bastam. É preciso mais. É preciso a presença e vigilância da cidadania ativa".

Para o ministro Maurício Corrêa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Mello acumula agora muito mais experiência que na posse anterior: "O discurso de hoje marca uma baliza entre o passado e o presente".

Quem assume a vice-presidência do TSE é o ministro Antonio Cezar Peluso.