Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O que muitas vezes parecem ser "conflitos insuperáveis" entre os países é apenas o resultado da consolidação do processo democrático do continente. A avaliação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Puerto Iguazu, na Argentina, após a reunião que teve com os presidentes Evo Morales (Bolívia), Néstor Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela), para discutir a situação energética na América do Sul.
Segundo ele, durante muito tempo, todo o continente sul-americano esteve "dependente" da relação com os Estados Unidos ou da União Européia. "Agora temos dirigentes comprometidos com o nosso povo, com políticas sociais, e queremos estabelecer uma política de integração independente das relações que já temos com outros continentes e países", disse Lula.
Para Lula, somente unidos os países da América do Sul poderão construir uma integração na região. "Estamos iniciando uma coisa que a Europa levou 50 anos para fazer. certamente eles tiveram muita dor de cabeça, mas prevaleceu a certeza de que somente unidos eles construíram uma nova geografia política-econômica. Assimetrias existem, mas temos uma vontade política imensa de dar uma chance à América do Sul", completou.
O Brasil, segundo Lula, não quer hegemonia na região. "O Brasil quer parceria, assim como a Argentina, a Bolívia e a Venezuela. É assim que construiremos uma aliança continental. É assim que vamos nos apresentar ao mundo, na próxima reunião do dia 12 em Viena (Áustria), na Cúpula da América do Sul, Caribe e União Européia, e é assim que vamos negociar na Organização Mundial do Comércio e em todos os foros multilaterais", acrescentou.