Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio – Mais de um terço das 500 toneladas de produtos que estavam retidos no porto do Rio de Janeiro e no terminal de cargas do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim foi liberado pelos funcionários da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Rio no final de semana e no feriado de 1º de maio. Os medicamentos para manipulação, equipamentos hospitalares e remédios, dentre outros, estavam retidos em razão da greve da categoria, iniciada em 21 de fevereiro.
O trabalho, realizado em regime de plantão, fez parte da trégua de dez dias na paralisação, oferecida pelos funcionários ao governo federal no último dia 27 como forma de reabrir as negociações. Todo o efetivo do setor que trabalha nos portos e aeroportos da cidade foi acionado para participar do mutirão, que contou com a participação de 18 integrantes da força-tarefa enviada pela Anvisa, e prossegue até o próximo final de semana.
As informações são do diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindsprev), Júlio César Tavares Pereira. Ele estima que até a próxima sexta-feira (5), 90% da mercadoria seja liberada pelo esquema de urgência. Segundo ele, o plantão ocorre por turnos de 12 horas de trabalho e absorve 80 funcionários do setor, ficando de fora somente os que estão de licença-médica.
Na sexta-feira, acrescentou o sindicalista, a categoria fará uma assembléia para avaliar o andamento das negociações, podendo, inclusive, interromper o período de trégua. Pereira informou que a greve pode ser retomada na próxima segunda-feira (8), caso o governo não deposite o pagamento do mês de abril, uma das condições impostas para o retorno ao trabalho.
O gerente geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Anvisa, Paulo Ricardo Nunes, disse que a questão do pagamento será discutida amanhã (3) na sede da entidade, em Brasília, às 10 horas, durante a primeira rodada de negociações com os representantes do Sindicato Nacional das Agências Reguladoras. Segundo Nunes, o encontro vai analisar a liberação do pagamento do mês de março, já que o de abril conta com liminar para a sua efetuação.
Nunes está no Rio de Janeiro acompanhando o trabalho do mutirão. Ele estima que até domingo (7) todos os produtos que necessitam de inspeção obrigatória serão liberados.