Vítor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio – As recentes denúncias envolvendo o ex-governador do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, serão acompanhadas também pelo Ministério Público Estadual. O caso já está sendo investigado pela Polícia Federal desde a semana passada.
Reportagens publicadas no jornal O Globo levantaram suspeitas contra Garotinho em duas frentes. Uma delas questiona a doação de empresas a Garotinho para sua disputa para a indicação à vaga de candidato à Presidência pelo PMDB. Segundo as reportagens, as empresas tinham endereços inexistentes.
Outra frente de denúncias é de que alguns doadores pertenciam à diretoria de organizações não governamentais (ONGs), supostamente contratadas de forma irregular pelo governo do estado. O governo fluminense é comandado pela esposa de Garotinho, a governadora Rosinha Matheus.
A primeira parte das denúncias está sendo investigada pela Polícia Federal desde a última semana. A Delegacia Federal de Repressão a Crimes Fazendários abriu inquérito para saber se essas empresas são verdadeiras ou apenas "fachadas". Pessoas ligadas a essas empresas já estão prestando depoimento à PF.
Hoje, o Ministério Público Estadual informou que também deverá acompanhar as denúncias. O procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, designou o procurador Sérgio Ulhôa para acompanhar o caso. Segundo o MP, das ONGs contratadas pelo governo do estado, oito já estão sendo investigadas desde o ano passado pela instituição.
Como uma resposta às denúncias veiculadas na imprensa, Garotinho anunciou uma greve de fome no último domingo. O motivo do protesto, segundo o presidente do PMDB, é que ele estaria sendo tratado, de forma injusta, pela mídia brasileira.