Fiesp pede "reação firme" do governo brasileiro diante de atitude do Estado boliviano

02/05/2006 - 20h19

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, cobrou uma "reação firme" do governo brasileiro diante da decisão boliviana de nacionalizar as reservas de gás e petróleo do país. Segundo Skaf, o governo deve exigir a preservação dos direitos dos investidores brasileiros e o cumprimento do contrato firmado entre os dois países.

"Nós não podemos aceitar a idéia de um investidor brasileiro ser prejudicado. Nós podemos aceitar que um governo, um presidente, um congresso que legitimamente tenha sido eleito pelo povo boliviano entenda que daqui para frente deva ser diferente, mas desde que respeite o que ocorreu até o presente momento e respeite os contratos", disse.

Segundo o presidente da Fiesp, caso o governo brasileiro concorde em negociar novos contratos com a Bolívia, os encargos do aumento do preço não serão aceitos pela indústria paulista.

"Se houver uma disposição do governo brasileiro em aceitar sentar à mesa para discutir sobre preço, uma coisa que eu posso adiantar é que o consumidor e a indústria não podem receber esse efeito de aumento de preço. Então ficaria para o governo brasileiro resolver caso aceite a idéia de conversar de preço", disse.

O estado de São Paulo consome 75% do gás importado da Bolívia e quase 50% de todo gás nacional.