Criação de trabalho "decente" depende do fim da discriminação na América Latina, diz OIT

02/05/2006 - 16h16

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A eliminação da discriminação no trabalho é fundamental para os países da América Latina gerarem, nos próximos 10 anos, mais "trabalhos decentes". Os povos indígenas e a população afrodescendente, segundo relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), são as pessoas mais excluídas do mercado de trabalho na região. A organização estima que hoje a população indígena representa entre 8% e 15% da população regional, enquanto os afrodescendentes, um terço da população da América Latina e Caribe.

A afirmação consta no documento "Trabalho Decente nas Américas: Uma Agenda Hemisférica 2006-2015", divulgado hoje pelo diretor geral da OIT, Juan Somavia. Para combater a discriminação no trabalho, dentre outras medidas, a organização sugere a realização de estudos no sentido de monitorar a distintas manifestações de discriminação no trabalho; a promoção de programas de empregos focalizados nas áreas de concentração indígena ou afro-descendente; e elaboração de políticas ativas de emprego que levem em conta a realidade socioeconômica e cultural dos grupos em questão.

A agenda lançada em Brasília propõe aos países do continente um plano de trabalho o período 2006-2015 com recomendações de políticas para geração empregos. Um dos objetivos apresentados na agenda é o de avançar até o atingimento de um crescimento econômico mais dinâmico e rico em empregos.