Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A alta de preços de gás no Brasil é a principal preocupação da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) com o decreto do presidente boliviano, Evo Molares, que determinou a nacionalização das reservas de gás e petróleo do país. Mas "ainda é cedo para alarmismo", afirma, em comunicado divulgado esta tarde, o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto.
A CNI "não cogita a hipótese de corte de suprimento", mas afirma que "qualquer alteração na estrutura de preços resultará em pressão imediata de custos no Brasil. Nesse momento, a maior preocupação está relacionada com a questão dos preços".
Para o presidente, um corte no abastecimento seria "algo desastroso para a própria Bolívia, cuja receita deriva, em grande medida, desse fornecimento". Armando Neto diz ainda que a atitude da Bolívia é "injustifica, tendo em vista até os interesses estratégicos dos dois países".
O comunicado destaca também os dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). De acordo com os dados, a maior parte dos 25 milhões de metros cúbicos de gás que o Brasil importa por dia vem da Bolívia. Isso representa metade da produção brasileira. Em janeiro, o Brasil consumiu, em média, 42,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia, sendo que o setor industrial é o maior consumidor, com 53,4%. Outros 26,7% foram utilizados por termelétricas para a geração de energia elétrica e 4,2% em co-geração, 13% foram direcionados para uso automotivo e o restante para uso residencial e comercial.