Patrícia Landim
Da Agência Brasil
Brasília - Com o objetivo de detectar os locais onde há dificuldade no acesso aos serviços e aos insumos de prevenção da ocorrência do vírus HIV, o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids) do Ministério da Saúde promoveu a Consulta Nacional do Brasil, ontem e hoje (22).
A diretora do programa, Mariângela Simão, destacou que cada região brasileira apresenta diferentes problemas: "As regiões Sul e Sudeste, por exemplo, concentram o maior número de casos de Aids no país e têm problemas na área de assistência, no número de leitos hospitalares e até no acesso ao diagnóstico".
Representantes da sociedade civil e de diferentes órgãos federais, estaduais e municipais que trabalham com o tema discutiram as políticas públicas que incluem ainda o combate à homofobia e à discriminação. De acordo com Mariângela Simão, depois de consolidados todos os resultados, um documento poderá ser enviado no dia 15 de abril ao Programa das Nações Unidas em HIV/Aids (Unaids).
"Essa consulta nacional vai subsidiar a posição do Brasil na Assembléia das Nações Unidas em Nova Iorque, nos dias 31 de maio e 1º de junho. A discussão nessa assembléia, com os resultados de vários países, será especificamente relacionada ao acesso universal ao diagnóstico, ao tratamento e a insumos de prevenção", acrescentou a diretora.
O Brasil tem hoje 170 mil pessoas em tratamento e uma estimativa de 600 mil infectados, o que equivale a 0,67% da população adulta, segundo Mariângela Simão. "A previsão do Banco Mundial no começo da década de 90 era de chegar ao ano 2000 com 1.200 pessoas infectadas, mas hoje temas a metade desse número", informou.