Brasília, 22/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - A ex-superintendente do Departamento de Águas e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp), Isabel Bordini, negou hoje (22), em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, que tenha participado de qualquer esquema de desvio de recursos na prefeitura, por meio de planilhas adulteradas dos serviços de varrição pública a cargo da empresa Leão Leão – prestadora de serviço de coleta de lixo no município.
Também em depoimento à CPI dos Bingos, três ex-funcionários da Prefeitura de Ribeirão Preto (Mauro Pereira Júnior, Paulo Antônio Henrique Negri e Marilene do Nascimento Falsarella), haviam afirmado que Isabel participava do esquema de corrupção. Ambos confirmaram a existência de superfaturamento nos contratos de limpeza urbana entre a prefeitura e a empresa Leão&Leão e disseram ter recebido ordens da ex-superintendente para manter a fraude.
O delegado da Polícia Civil de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Valencise, também afirmou na Comissão que as ordens para a adulteração das planilhas de varrição eram dadas pelos prefeitos Antonio Palocci e Gilberto Maggioni (que substituiu Palocci na prefeitura), a partir de um acordo feito entre eles e o proprietário da empresa Leão Leão. E que em seguida, Bordini recebia a orientação para fazer as mudanças. A estimativa do delegado é de que as fraudes na prefeitura provocaram um prejuízo mensal de R$ 400 mil aos cofres públicos.
"Nunca coagi nenhum funcionário e nunca determinei a ninguém que alterassem planilhas. Eu jamais teria feito um pedido desse", disse hoje Isabel Bordini.
Amanhã, a CPI dos Bingos deve ouvir o depoimento da vice-presidente da área de tecnologia da Caixa Econômica Federal, Clarice Copetti. Durante o depoimento, integrantes da oposição querem que ela esclareça como e por que ocorreu o vazamento das informações de uma conta do caseiro Francenildo dos Santos Costa na Caixa Econômica Federal. A área de Clarice é responsável por controlar o sistema informatizado do banco.