Wagner nega que Planalto tenha pedido de quebra de sigilo do caseiro

22/03/2006 - 20h37

Brasília, 22/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, assegurou hoje (22) que não partiu do Palácio do Planalto o pedido de quebra ilegal de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

"Posso garantir que, do Palácio do Planalto, não saiu nenhuma orientação para que se quebrasse a regra legal do estado democrático", afirmou o ministro, durante seminário promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em Brasília.

Francenildo Costa confirmou na semana passada, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, o que havia dito em reportagem: que viu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em casa alugada em Brasília por Vladimir Poleto por "dez ou 20 vezes". Poleto foi um dos assessores de Palocci, na época em que ele foi prefeito de Ribeirão Preto (SP). Na matéria, o caseiro disse que presenciou partilha de dinheiro por Poleto e outros ex-assessores de Palocci.

Jaques Wagner enfatizou que a quebra de sigilo bancário é uma "violência contra o direito democrático das pessoas", mas que só será possível afirmar quem foi o responsável depois de encerrada a investigação em curso pela Polícia Federal. "Quem for o responsável pela quebra de sigilo, que é inadmissível num estado democrático, terá de ser punido", destacou.

O ministro também garantiu que Antonio Palocci tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e será mantido como ministro da Fazenda. "O presidente Lula sustenta a posição do Palocci. A menos que, a nível das investigações, se revele alguma coisa que seja impeditivo, o ministro Palocci continua no cargo".