Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PFL e o PSDB vão tomar, a partir de hoje (22), uma série de medidas judiciais e extrajudiciais para punir os responsáveis pela divulgação da chamada "lista de Furnas". Trata-se de uma série de nomes de políticos de partidos políticos que supostamente teriam se beneficiado de recursos de caixa 2 repassados pela estatal. O anúncio foi feito pelos líderes do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), e do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM).
Em resposta ao questionamento feito pela Corregedoria do Senado sobre a veracidade da lista, a Polícia Federal encaminhou ofício no qual afirma que na perícia realizada em cópia "há indício de montagem", afirmou o corregedor, senador Romeu Tuma (PFL-SP). Segundo o senador, não há como a Polícia Federal atestar a veracidade ou não da lista uma vez que o autor, o lobista Nilton Antônio Monteiro, não apresentou até hoje o texto original.
Entre as medidas anunciadas pelos pefelistas e tucanos estão ações judiciais contra Nilton Monteiro e o funcionário da prefeitura de Belo Horizonte, Luiz Fernando Carceroni. O servidor da prefeitura da capital mineira é acusado pelos líderes de "propagação" da lista que teria sido montada por Monteiro. A medida judicial contra os dois tem como objetivo "uma reparação indenizatória pelos danos morais causados por eles".
Também será encaminhado ainda hoje requerimento à Polícia Federal pedindo a tomada de depoimentos e acareação de Nilton Monteiro, Luiz Fernando Carceroni e o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG). Arthur Virgílio Neto disse que, desta forma, poderão ser esclarecidas contradições constatadas em declarações publicadas na imprensa de Carceroni e Correia.
"O PSDB e o PFL querem, em especial, que a Polícia Federal investigue e esclareça qual foi a participação do militante Carceroni e do deputado estadual Rogério Correia com o intuitode dar algum mínimo de 'credibilidade' a fraudulenta fabricação, pelo lobista Nilton Monteiro, do chamado 'dossiê de Furnas'", afirmou Arthur Virgílio.
Por último, será encaminhada representação à Procuradoria Geral da República para que seja investigada uma possível ação de improbidade administrativa ou crime de prevaricação por parte do presidente da Funarte, Antônio Grassi. Os líderes Arthur Virgílio e Agripino Maia baseiam a representação em uma reportagem da Folha de S. Paulo . Segundo o jornal, Grassi teria utilizado seu correio eletrônico funcional para divulgar a lista de Furnas.