Aumento de migração é preocupação central de governos da América Latina e do Caribe

22/03/2006 - 6h14

Marcos Ricardo dos Santos
Enviado especial

Montevidéu (Uruguai) – O aumento dos índices de migração na América Latina e no Caribe é um dos principias temas de discussão dos delegados que participam esta semana em Montevideo, capital do Uruguai, do 31º período de sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

O número de migrantes da região aumentou de 21 milhões de pessoas em 2000 para quase 25 milhões em 2005, o que representa 13% do total do fluxo migratório mundial. Segundo a análise técnica apresentada pela Cepal, os altos índices de migração revelam a necessidade de os governos latino-americanos se prepararem para encarar os desafios e as possibilidades de desenvolvimento desse fenômeno e adotarem medidas para proteger os direitos dos migrantes e de suas famílias.

Dados divulgados pela Cepal revelam que mais de 21 milhões de latino-americanos e caribenhos vivem fora de seus países. O México é o país que tem a maior quantidade de migrantes, com 9,2 milhões de pessoas vivendo no exterior. Em seguida vem a Colômbia, com 1,4 milhão de pessoas. O Brasil tem cerca de 970 mil emigrantes - o que corresponde a 0,4% da população do país.

Em termos relativos, a situação é mais grave na América Central e no Caribe. Os estudos da Cepal mostram que 69,1% dos cidadãos naturais de Granada vivem fora do país. O mesmo acontece com 54,9% dos cidadãos das Antilhas Holandesas, com 43,8% da população do Suriname e com 41,0% da Guiana.

O principal destino migratório continua sendo os Estados Unidos, onde vivem hoje cerca de 18 milhões de imigrantes da América Latina e do Caribe. Entretanto, os estudos mostram diversificação, com crescimento da procura pela Espanha, Japão e Canadá. Nos três países, a população de latino-americanos e caribenhos já totaliza 3 milhões.