Violência mostrada por documentário não se combate só com repressão, afirma ministro

20/03/2006 - 14h22

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – "Não creio que ninguém no Brasil tenha deixado de se comover com aquilo que foi mostrado ontem", afirmou hoje (20) o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, referindo-se ao documentário Falcão, Meninos do Tráfico. Realizado pela Central Única das Favelas (Cufa) e exibido ontem (19) pela TV Globo, o documentário retrata a vida de crianças e adolescentes em favelas de várias capitais do país. "Uma coisa é a gente ter o conhecimento racional, teórico e prático dessa tragédia. Outra é ver essa realidade transfigurada pelo milagre da arte. É muito mais pungente e muito mais forte", comentou Bastos.

Enfrentar a violência causada pelo narcotráfico não depende apenas de repressão, segundo Bastos. "É muito mais de prevenção educação, saúde, ocupação de espaços", afirma. "Mas é uma tarefa de mobilização de toda sociedade brasileira, de nação, de Estado".

Bastos afirma que o governo federal tem procurado fazer a sua parte para melhorar essa realidade, construindo instituições fortes, capazes de enfrentar a gravidade desse problema. "Inclusive com a Secretaria do Jovem, com o reaparecimento da Polícia Federal e com o policiamento de fronteiras. Mas o problema é muito grande, muito forte, e ontem ele comoveu a toda nação brasileira", afirmou após a solenidade de destruição de produtos falsificados e contrabandeados pelo chinês Law Kin Chong.