Pesquisa da FGV aponta deflação na segunda prévia de março

20/03/2006 - 10h18

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio - A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação na segunda prévia de março. A taxa ficou em - 0,10%, ante - 0,01% do período imediatamente anterior. Em 2006, o IGP-M apresenta variação de 0,83%, e nos últimos doze meses, 0,50%. Os dados foram divulgados hoje (20) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

As maiores influências para a redução do IGP-M vieram dos preços dos produtos agrícolas e na diminuição dos gastos dos consumidores com educação e vestuário. Dos três índices que compõem o IGP-M, dois apresentaram baixas em suas taxas e um subiu.

O Índice de Preços por Atacado (IPA), que responde por 60% do IGP-M, continua com taxa de variação deflacionada. Ela passou de - 0,08% para - 0,21%. As maiores contribuições vieram dos produtos agrícolas, cuja taxa de variação passou de - 0,54% para -1,62%.

Os destaques foram os preços da soja (-2,21% para –5,19%), do milho (2,69% para –5,09%) e do café (7,85% para –5,77%).Os preços dos adubos e fertilizantes também contribuíram para a redução do IPA. Eles passaram de 0,35% para – 4,29%.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), responsável por 10% do IGP-M), teve desaceleração da taxa de variação de 0,15 ponto percentual na segunda prévia de março, na comparação com o resultado anterior.

Ela passou de 0,34% para 0,19%, influenciado principalmente pela redução nos preços do aço (-0,06% para –1,38%), azulejo (2,94% para –1,34%) e cimento (-0,17% para –0,45%).

Já Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que contribui com 30% na formação do IGP-M, registrou crescimento na sua taxa de variação. O IPC teve variação de 0,10%, ante 0,05% do período anterior.

Esse crescimento foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos (-0,68% para 0,03%), nos gastos com habitação (0,05% para 0,13%) e com saúde e cuidados pessoais (0,37% para 0,55%).

O IGP-M é calculado no Rio e em São Paulo com base nos gastos de famílias com renda mensal de até 33 salários mínimos e serve como parâmetro para a correção dos principais preços do mercado, como aluguéis e tarifas de energia elétrica e de telefone.