Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O investimento em transportes é a condição necessária para que a distribuição de gás natural atenda à demanda no Brasil. A afirmação foi feita hoje no 2° Seminário Petróleo e Gás no Brasil pelo secretário-executivo da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado, Roberto Silveira.
"É preciso construir uma série de dutos, alguns estruturantes como o Gasene, que vai permitir levar gás das regiões Sudeste e Sul para o Nordeste", afirmou. Ele espera que a Petrobras invista na construção de gasodutos que permitam levar o gás disponível para as redes de distribuição dos estados.
De 1994 a 2005 a demanda de gás natural no país apresentou crescimento médio de 20% ao ano. "Nenhum outro setor no Brasil tem tido um crescimento com essa taxa por um prazo tão longo", destacou Silveira. Segundo ele, a taxa média de crescimento da demanda de gás natural no mundo é de apenas 2,4% ao ano.
Para Silveira, esse aumento expressivo não deve durar para sempre em termos de mercado. Ele acrescentou, porém, que até 2010 a taxa de crescimento deve ser de pelo menos 13% ao ano, atingindo-se 104 milhões de metros cúbicos de gás, de acordo com estimativa das distribuidoras. O segmento industrial é o que mais cresce, seguido pelas termelétricas e pelo setor automotivo.
A demanda prevista pela Petrobras é um pouco inferior, atingindo 99 milhões de metros cúbicos, com aumento de 11%. Roberto Silveira analisou, entretanto, que o ajuste de oferta de 4,7 milhões de metros cúbicos ao dia pode ser feito com a operação das usinas termelétricas a diesel, substituindo parcialmente o uso do gás natural, ou com a operação mais racional dos dois sistemas (elétrico e gás) que leve em conta o fator economia de ambos, e não apenas do setor elétrico.
As projeções das distribuidoras são de sair de uma demanda de 38 milhões de metros cúbicos de gás por dia em 2005 para 57 milhões de metros cúbicos em 2007, com incremento de 13%. Para isso, estão previstos investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão. Nos últimos cinco anos, as concessionárias de distribuição de gás natural filiadas à Abegás investiram R$ 5,4 bilhões.