Brasília, 20/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Representantes de países africanos e do governo brasileiro se reúnem até amanhã (21) no Comitê Internacional da 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora (2ª Ciad), a primeira a ser realizada fora do continente africano. O objetivo do encontro é discutir a organização da conferência, prevista para os dias 12 a 14 de julho em Salvador, na Bahia. A primeira Ciad foi realizada no Senegal, em 2004.
O Comitê é co-presidido pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Senegal, Cheikh Tidiane Gadio. Os organizadores pretendem reunir de 700 a 1 mil intelectuais, além de chefes de Estado e ganhadores do prêmio Nobel. De acordo com Gil, a escolha do tema – Diáspora e o renascimento africano – "deve remeter a uma mensagem de luta por um mundo de paz, trabalho e fraternidade entre todos os povos".
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse acreditar que a 2ª Ciad irá impulsionar o debate e o fortalecimento do diálogo entre intelectuais e a sociedade. Para ele, "a conferência tem por vocação servir de interface entre as instâncias de reflexão e as do processo decisório em nossa sociedades".
Durante coquetel oferecido aos membros do comitê, Amorim disse também que as desigualdades sociais que ainda assolam as comunidades africanas "exigem políticas públicas eficazes e ousadas que somente podem ser concebidas mediante um diálogo crítico com os intelectuais e os movimentos sociais".
Segundo o chanceler, o Brasil nunca esteve tão próximo do continente africano. Ele lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou 17 países da África, recebeu diversos chefes de Estado africanos, além de ter determinado a abertura de embaixadas e de ter enviado missões de cooperação nas áreas de agricultura, saúde, educação e cultura.