BNDES estima que investimentos no setor naval devem voltar ao patamar de 2004

20/03/2006 - 15h37

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - O volume de recursos que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) planeja destinar à indústria naval brasileira este ano deve aproximar-se este ano de R$ 650 milhões desembolsados em 2004. O volume, que chega a ser mais do que o dobro dos R$ 300 milhões liberados no ano passado.

A informação foi dada pelo superintendente de infra-estrutura de petróleo e gás do BNDES, João Carlos Cavalcanti, durante o 2° Seminário de Petróleo e Gás no Brasil, realizado pela Fundação Getúlio Vargas.

Ao explicar a queda de investimentos em 2005, quando os desembolsos ficaram em torno de R$ 300 milhões, Cavalcanti disse que o BNDES não tinha na ocasião nenhuma base legal para fixar as taxas de juros.

"Tivemos um problema e os projetos ficaram paralisados. Não podíamos aprová-los por falta de uma base legal para fixar as taxas de juros para o setor. Então, os desembolsos, que em 2004 chegaram a R$ 650 milhões, em 2005 não atingiram R$ 300 milhões. O que esperamos é que este ano possamos retomar o nível de desembolso de 2004".

O superintendente de infra-estrutura do BNDES informou que este ano o banco já vem aprovando alguns novos projetos e deve retomar o nível de desembolso de 2004. "No ano passado houve atraso na liberação de recurso devido à regulamentação da nova legislação do setor, aprovada em meados de 2004. Agente já vem aprovando novos projetos e temos financiamentos a novos navios de apoio offshore (exploração de petróleo no mar) sendo avalizados".

Cavalcanti adiantou que o BNDES vem acompanhando o processo licitatório da Transpetro, no qual o Banco deve vir a ser um agente importante de financiamento do setor. Ele lembrou que o banco pode vir a financiar com recursos do Exim (linha destinada a financiar a exportação de manufaturados) a construção de um número ainda não definido de navios a serem encomendados pela PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo.

"Ninguém procurou ainda o BNDES por conta desta demanda. Isto é um assunto que estamos acompanhando, mas a demanda não chegou ao banco. Mas existe a possibilidade de financiarmos a construção no país para fins de exportação".