Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O capitão da Polícia Militar, Flávio Bione, negou hoje (16), qualquer excesso na desocupação da Fazenda Faquinha, em Cabrobó, sertão de Pernambuco. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) apresentou denúncia a diversos órgãos públicos acusando os policiais de abuso e violação de direitos humanos durante o despejo, ocorrido no dia 8.
"Mandato judicial se cumpre, não se discute", argumenta Bione, que comandou a desocupação da fazenda. De acordo com o MST, não é a primeira vez que ele age com truculência, tendo sido denunciado pelo Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões por prática de tortura em 1999, na penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.
Durante a operação em Cabrobó, os trabalhadores rurais afirmam que líder do MST Florisvaldo de Araújo foi espancado e atirado em uma cerca de arame farpado, tendo perfurado o olho direito.
Para Bione, o agricultor se machucou por não conhecer a região e ter se deparado com a cerca ao sair do acampamento. "Cabe ao acusador o ônus da prova", diz o policial. Segundo ele, as acusações do MST serão devidamente investigadas pela corporação.