São Paulo, 16/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Voltadas para quem já está empregado ou para futuros candidatos a uma vaga no mercado de trabalho, as nove instituições que formam o Sistema S não tinham, até agora, representantes dos trabalhadores em seu conselho deliberativo. Até hoje, apenas os empresários tomavam as decisões em torno da gestão de um orçamento estimado em cerca de R$ 13 bilhões, afirmou o coordenador do Fórum Nacional do Sistema S, Jair Meneguelli.
Segundo ele, a partir de agora, a situação vai mudar, com a assinatura de decretos que determinam a inclusão de representantes da classe trabalhadora nos conselhos deliberativos das nove instituições. A assinatura dos decretos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para hoje (16) à noite, em Brasília, será "a realização de um sonho para os trabalhadores", disse Meneguelli.
Ele lembrou que a mais antiga das instituições do Sistema S, o Senai, existe há 64 anos. "A coisa mais importante (dos decretos) é que esses trabalhadores trarão do chão da fábrica a real necessidade que têm junto ao sistema", afirmou Meneguelli. Por enquanto, a participação ocorrerá em parte, somando 300 trabalhadores, nas discussões dos conselhos do Senai, Sesi, Senac e Sesc, explicou. As demais institutições deverão ter representatividade num prazo máximo de dois meses.
Para Meneguelli, mesmo sendo ainda minoria no grupo gestor, a participação dos trabalhadores resultará em melhorias para os usuários do Sistema S. "É claro que os empresários serão maioria, mas isso não me incomoda. Não estamos falando de tripartismo paritário, até porque nem acredito nisso. Estamos falando, sim, é que agora vamos ter nos conselhos estaduais e nacionais a participação de empresários e representantes do governo e dos trabalhadores", ressaltou.
Para Meneguelli, é preciso levar em consideração o fato de que o teor dos debates tende a variar de acordo com os conceitos de quem esteja ocupando o Poder Executivo - "se é mais à direita ou se é mais à esquerda". Ele disse acreditar que participação dos trabalhadores impeça eventuais intervenções nos atos por parte de quem vive distante da realidade dos usuários do Sistema S.
O Sistema S reúne o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac); Serviço Social da Indústria (Sesi); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte (Sest/Senat).