Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – Até o momento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social já enquadrou três operações na linha de crédito especial destinada à resolução de entraves ferroviários, totalizando R$ 650 milhões em financiamentos. A informação foi confirmada hoje (16) por Demian Fiocca, diretor da Área de Infra-estrutura.
Fiocca disse que a partir de conversas informais mantidas com o setor, o BNDES tomou conhecimento das necessidades das empresas e constatou que "o interesse é amplo". Fiocca frisou não ter visto "nenhuma das concessionárias que não se interessasse, a princípio, pela nova linha". Além das três empresas que já estão com seus pedidos de financiamento enquadrados, outras se encontram em conversações preliminares e devem, em seguida, apresentar cartas-consulta, estimou.
A expectativa do BNDES é que a grande maioria das empresas filiadas à Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) entre com pedidos no banco. "A gente acredita que a linha é muito competitiva e vai estimular as empresas a efetuarem investimentos próprios", analisou.
O vice-presidente do BNDES explicou que os entraves ferroviários, entre os quais invasão da faixa de domínio e passagens em nível, não constituem, na verdade, perdas econômicas para as empresas, embora impliquem em redução da eficiência do setor. "Nesse caso, não são coisas que já existiam e pararam de funcionar. São estruturas que nunca foram melhor do que já são. Estamos falando de melhoria e não de perdas", esclareceu. A percepção de Fiocca é que os ganhos de eficiência e, portanto, econômicos, resultantes do ataque mais específico a gargalos de infra-estrutura, especialmente contornos ferroviários, passagens de níveis e acesso a portos, tendem a ser muito altos.
O estrangulamento de um gargalo traz ganhos para todo o conjunto do sistema logístico, avaliou. "A nossa percepção é que esses são os investimentos de mais alta produtividade, ou seja, de mais alto retorno do investimento, porque é o ataque a eventuais deficiências da malha que podem ser por um trecho relativamente pequeno, mas que afetam trechos maiores da malha", manifestou o vice-presidente do BNDES.