DNPM apura envolvimento de funcionários em comércio clandestino de diamantes

16/03/2006 - 20h24

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) informou hoje (16) que uma série de medidas foi tomada depois de deflagrada a Operação Carbono, que investiga um esquema de comércio clandestino de diamantes. Empresários do ramo, contadores, doleiros e servidores do DNPM estão entre os suspeitos de integrar o esquema. A Operação Carbono foi executada pela Polícia Federal (PF) no último dia 10.

Segundo o diretor-geral do DNPM, Miguel Antonio Nery, entre as medidas estão a suspensão temporária da emissão do Certificado Kimberly; instalação de uma auditoria interna para verificar as irregularidades constatadas na operação da Polícia Federal; instauração de processo administrativo-disciplinar para verificar o envolvimento de funcionários do departamento e a exoneração do chefe do Distrito de Minas Gerais, suspeito de fazer parte do esquema.

Ao falar sobre as investigações efetuadas pela PF, Nery afirmou que não foram encontrados Certificados Kimberly falsificados, mas sim informações falsas sobre a origem das pedras. "A fraude é em relação às informações que os exportadores forneceram sobre as minas de onde eram extraídas as pedras. Não foi encontrado nenhum certificado falso", disse ele.

O Certificado Kimberly tem como objetivo atestar a origem e legalidade de diamantes brutos extraídos no Brasil para exportação. O DNPM é o único órgão no país autorizado a emitir o documento.

Nery disse também que a possibilidade de se falsificar um certificado não existe. O documento tem sete elementos de segurança, e o controle por parte do departamento é absoluto. "A chance de se falsificar o Certificado Kimberly é a mesma de se falsificar dinheiro. Somente eu e mais um assessor de minha confiança podemos assinar o certificado. Nenhum deles foi emitido em branco", afirmou o diretor do DNPM. Ele negou a possibilidade de o Brasil ficar impedido de emitir Certificado Kimberly.