Atualização de dados no Censo Previdenciário pode gerar economia de R$ 1,3 bilhão, diz ministro

16/03/2006 - 19h20

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – Uma economia, para o Brasil, que pode chegar a R$ 1,3 bilhão. Essa é a estimativa do Ministério Previdência e Assistência Social durante a primeira etapa de atualização do cadastro de dados no Censo Previdenciário.

"Nessa primeira etapa, com 2 milhões e 400 mil benefícios, temos uma média de 10% de suspensão, o que significa 100 milhões de reais por mês. A primeira etapa do censo está indicando que haverá uma economia de 1 bilhão e 300 milhões por ano", disse o ministro Nelson Machado.

Mais de 80 mil aposentados e pensionistas podem não receber o pagamento este mês se não atualizaram seus dados. O pagamento não será extinto, mas bloqueado até que a pessoa se recadastre. As suspensões de benefícios serão efetivadas no dia 3 de abril.

O ministro explica que nem todos que não receberão o pagamento "estão fraudando" o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). "Por mais que a gente tenha feito uma campanha forte, que a comunicação tenha sido individual e personalizada, é muito possível que dentre os 80 mil pessoas não compreenderam a mensagem, não entenderam e não fizeram o recadastramento".

Por esse motivo, o secretário geral da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), Hermélio Soares Campos, acredita que os aposentados não sairão perdendo. "Uma vez confirmado que não houve burla, a pessoa volta a ser integrada na listagem daqueles que têm direito a receber. Ninguém vai ficar prejudicado". Ele avalia que o censo é necessário e "deve continuar a ser feito para que os aposentados que pagam e têm direitos a receber o benefício não sejam prejudicados com as fraudes".

Segundo o ministro, nenhuma região se destacou em números de suspensões. Mas em todo o país as áreas urbanas foram as que menos fizeram o recadastramento. Dos 80 benefícios que serão bloqueados, 24 mil estão nas áreas rurais e 56 mil nas urbanas. Machado explica que aqueles que não compareceram às agências ainda podem fazer o recadastramento e desbloquearem rapidamente o recebimento do dinheiro.

"É importante entender que o censo [previdenciário] é um processo contínuo. Se por acaso alguma pessoa tomar conhecimento agora que o nome dela está na lista de suspensão, ela deve ir ao banco onde recebe normalmente e levar a identidade, comprovante de residência e CPF e fazer o censo", afirma. "Se no dia 3 [de abril] a pessoa perceber que o pagamento está bloqueado, ela deve ir ao guichê da mesma agência e fazer o censo. Assim o beneficio será desbloqueado rapidamente."