Primeiro caso de transnepotismo no país aconteceu no Amazonas, informa OAB

08/03/2006 - 16h28

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O procurador-geral do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Érico Xavier Desterro, negou que tenha indicado parente para exercer cargo de confiança no Tribunal de Justiça do estado. A denúncia de transnepotismo no estado foi confirmada pelo presidente da Comissão de Combate ao Nepotismo do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Wladimir Rossi Lourenço.

Segundo a OAB, uma funcionária do Tribunal de Contas estadual trocou de função com uma pessoa que trabalhava no Tribunal de Justiça do Amazonas. Elas seriam parentes do procurador-geral e de um desembargador do Tribunal de Justiça, respectivamente.

Em entrevista à Agência Brasil, Érico Desterro, disse que "não indicou e não nomeou nenhum parente para exercer cargo no Tribunal de Justiça". Ele confirmou que, anteriormente, sua irmã trabalhava no Tribunal de Contas. De acordo com o procurador-geral, ela pediu exoneração do cargo e começou a trabalhar em fevereiro no Tribunal de Justiça. Mas, segundo Desterro, ela mesma decidiu deixar a função.

"Minha irmã tomou a iniciativa de pedir exoneração, ficou constrangida com o nome dela no noticiário e ainda me expondo". O procurador-geral também informou que o vice-presidente do Tribunal de Contas, Aluízio Cruz, já exonerou a funcionária que trabalhava no Tribunal de Justiça e passou a exercer função no TCE.

Para o procurador-geral, a prática que deve ser condenada é a de contratar parentes sem capacidade para exercer a função. Desterro disse que a irmã foi nomeada por ele mesmo para exercer função no Tribunal de Contas, há três anos. Segundo o procurador-geral, ela preenchia as exigências necessárias para exercer o cargo.