Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio – O secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Vagner Victer, admitiu que a intenção da estatal Petróleos de Venezuela S. A. (PDVSA) de construir 36 petroleiros no Brasil é importante para o país e em especial para a indústria naval fluminense. Mas pediu cautela a respeito do assunto, até porque ainda não há nada de concreto sobre o assunto e as negociações ainda estão em curso.
Para Victer, atualmente, a indústria naval fluminense é a única em condições de atender a demanda venezuelana. Ele acha, no entanto, que há uma certa distorção nas informações de que dão o contrato de US$ 3 bilhões como um fato concreto. "Distorceram um pouco as informações. Ainda não há nada fechado e essa negociação, que já está ocorrendo a cerca de um ano e meio, ainda não está fechada", disse.
O secretário de Energia lembrou que, historicamente, a PDVSA compra navios na Argentina, China ou Espanha. "Foi feita uma aproximação entre os estaleiros do Rio e a PDVSA, o negócio está evoluindo bem, há a possibilidade de que parte dos navios e petroleiros seja construída em nossos estaleiros, mas é sempre bom lembrar que o negócio não está fechado".
Ele ressaltou que nas conversas que vem mantendo com os armadores fica clara a inexistência de propostas concretas e sem elas nada será assinado. "Eu sou muito pé no chão: falei com os donos de estaleiros e até agora ninguém fez uma proposta comercial firme. Esse negócio de quase fechado é complicado, pois não se pode assinar contrato onde não proposta comercial firme e é preciso bastante cuidado até para que não seja dado um tiro no pé".
O secretário afirmou, ainda, que está havendo uma "forçação de barra" para se colocar também no meio os chamados "estaleiros virtuais": esses estaleiros que nunca construíram sequer um barco a vela. E nas conversas que os venezuelanos tiveram com o governo eles nos garantiram que não querem contratar nada em estaleiros que só existem no papel".