Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A América Latina possui ampla disponibilidade de energia relativamente barata. A região tem 10% do petróleo mundial, 4,3% do gás natural, 1,6% do carvão e 22,7% da potência hidráulica mundial. Isso constitui uma das vantagens para a integração dos países da região, como avalia o presidente do Comitê Brasileiro do Conselho Mundial da Energia, Norberto de Franco Medeiros.
"Portanto, temos recursos que, se integrados corretamente, permitirão o crescimento de nossas economias e um melhor padrão de vida para nossas populações. Boa parte dessa energia não está sendo utilizada", disse Medeiros, que também é vice-presidente do Conselho para a América Latina e Caribe.
O presidente do comitê brasileiro afirmou que vários projetos conjuntos estão sendo desenvolvidos na região latino-americana e caribenha, mas considerou que isso ainda é pouco para consolidar a integração dos países do continente. Salientou a necessidade de se estabelecer uma política de integração que seja coerente com as políticas energéticas de cada país, levando em conta que a América Latina dispõe de condições excepcionais de construção de um sistema energético de baixo custo e elevada segurança.
A integração energética da América Latina e do Caribe não é um sonho distante. Sua efetivação está atrelada à realização de projetos como o gasoduto ligando a Venezuela, Brasil e Argentina, orçado em cerca de US$ 25 bilhões. Medeiros destacou também a ligação entre a Bolívia e o Brasil através dos rios Madeira e Amazonas, com a construção de duas usinas hidrelétricas de 3,3 mil megawatts e de 3,150 mil megawatts, que podem resultar na produção de uma "energia competitiva e barata".