Servidores podem entrar em greve em março se não houver recursos para reajuste da categoria

17/02/2006 - 16h21

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os servidores públicos federais poderão entrar em greve em 15 de março, caso o governo não assegure no Orçamento da União deste ano, ainda a ser aprovado pelo Congresso Nacional, recursos suficientes para reajustar o salário de 700 mil funcionários ativos e aposentados, e não apresente uma proposta para o Plano de Classificação de Cargos (PCC) da categoria.

A informação é da Assessoria de Imprensa da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). A decisão saiu depois de reunião plenária nacional para votar proposta de paralisação.

Segundo a Condsef, a partir de segunda-feira (20), os representantes de servidores vão iniciar um movimento de mobilização da categoria em todos os estados brasileiros. De acordo com a confederação, a expectativa é de que o movimento "provoque uma greve histórica da categoria, a maior dos últimos 15 anos". No dia 11 de março, a entidade realizará outra reunião plenária nacional para avaliar os avanços do movimento.

A Condsef informou que, na lista dos insatisfeitos, estão servidores dos ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia, da Saúde, da Educação e da Agricultura; da Fundação Nacional do Índio (Funai); funcionários civis de órgãos militares; agências reguladoras; seguridade social; delegacias regionais do Trabalho (DRTs); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); Banco Central e Advocacia-Geral da União.

A Condsef é representada por servidores públicos federais de 37 entidades filiadas espalhadas por todo o país, entre elas alguns sindicatos específicos. Sozinha, a confederação representa cerca de 70% do número total de servidores civis do Executivo Federal e mais de 60% do conjunto dos federais dos três poderes.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério do Planejamento não se manifestou sobre a possibilidade de greve dos servidores públicos federais e reiterou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o governo só vai tratar do assunto depois que for aprovado o Orçamento da União deste ano. Ontem, em entrevista à Rádio Nacional, o relator do orçamento, deputado Carlito Merss (PT-SC), disse que a expectativa é que o orçamento seja votado antes do Carnaval. No documento, estão as previsões de gastos do governo federal para este ano.