Brasília, 17/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - É preciso criar espaços de articulação para o desenvolvimento de processos educativos, que resgatem culturas e valores e que transformem sujeitos sociais realmente em sujeitos direitos, afirmou a assessora da Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assessoar), Solange Todero.
A assessora foi uma das participantes do Encontro Nacional de Educação no Campo, que terminou ontem (16), em Brasília. Durante dois dias, organizações não-governamentais, movimentos sociais, instituições de ensino superior, sindicatos e representantes do governo federal discutiram formas de desenvolver a educação no campo."Nós compreendemos e concebemos a educação com um instrumento importante para o desenvolvimento territorial, além de ser um direito de todos e um dever do Estado", lembrou Solange.
Com 40 anos de existência, a organização não-governamental Assessoar desenvolve diversos programas de educação no campo em municípios do estado do Paraná. Entre eles, está o Projeto Vida na Roça, realizado há seis anos em Francisco Beltrão e em cidades vizinhas.
De acordo com Solange Todero, o projeto procura desenvolver as comunidades locais por meio da educação, além de contribuir com proposições na construção de políticas públicas: "É uma experiência significativa, pois permite discutir desde uma concepção de desenvolvimento, a partir dos sujeitos locais, até a relação com o poder público, que é uma das principais questões que os cidadãos debatem".
Para a consultora de educação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Socorro Silva, o encontro em Brasília, além da troca de experiências, serviu para mostrar que "tem muita coisa acontecendo na educação do campo, experiências que vêm desde a década de 60 e são ainda desconhecidas, como aquelas desenvolvidas por prefeituras e que, por serem localizadas, não ganham visibilidade".