Instituições de ensino que receberão verba do Pró-Saúde discutem formação adequada de profissionais

07/02/2006 - 14h03

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – "Vamos formar o médico que a sociedade precisa, que o programa Saúde da Família precisa, formar enfermeiros e odontólogos adequados às necessidades de saúde da população", afirmou o ministro da Saúde, Saraiva Felipe. Ele esteve hoje (7) na abertura do 1º Seminário sobre o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde).

Lançado em 3 de novembro de 2005, o Pró-Saúde é um programa desenvolvido pelos Ministérios da Educação e da Saúde com o objetivo de adequar a formação dos profissionais de saúde às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Diretores e coordenadores de 90 instituições de ensino superior participaram do encontro.

Saraiva Felipe criticou a especialização precoce dos profissionais, que impede uma visão generalista de saúde, assim como o excesso de pedidos de exames médicos. "Há pedidos de exames em exagero e desinformação sobre doenças básicas da população por parte desses profissionais de saúde. Esse é o maior esforço que se realiza no mundo para adequar o profissional de saúde às necessidades do sistema de saúde", afirma.

O secretário de educação superior do Ministério da Educação, Nelson Maculan, representou o ministro Fernando Haddad na reunião. "O ponto hoje é avaliar as escolas que estão sendo criadas de maneira a responder a sociedade pela qualidade", disse na abertura do seminário.

O investimento previsto para o Pró-Saúde é em média R$ 36 milhões por ano, um total de R$ 100 milhões em três anos, segundo informações do ministro. Das 300 instituições de ensino que se inscreveram para receber o financiamento, 200 apresentaram a documentação exigida e 90 foram selecionadas para a primeira etapa do projeto.

Uma das instituições selecionadas foi a Universidade Federal de Goiás (UFG), que receberá R$ 1,5 milhão para o aperfeiçoamento dos cursos de medicina, odontologia e enfermagem. O coordenador do curso de odontologia da UFG, Mauro Machado do Prado, acredita que o programa é o reconhecimento da importância da formação do profissional em saúde. "O que se busca é um profissional com perfil generalista, humanista, capaz, crítico", afirma o professor.