Lívia Veiga
Enviada especial
Moscou - O gerente da Missão Centenário, Raimundo Mussi, da Agência Espacial Brasileira (AEB), informou hoje que "mais importante do que termos um astronauta, é podermos fazer experimentos em locais de microgravidade". Depois de lembrar que o Programa Espacial Brasileiro começou há sete anos, ele acrescentou: "Não vamos fazer experimentos porque vamos levar um astronauta ao espaço. Vamos levar um astronauta ao espaço porque temos experimentos para fazer", explica Raimundo Mussi.
O tenente-coronel Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, integrará a expedição da Agência Espacial Russa. Na nave Soyuz, em 30 de março, mais dois astronautas – um norte-americano e um russo – irão para a Estação Espacial Internacional (ISS).
Raimundo Mussi comentou que em todas as atividade espaciais os retornos são de médio e longo prazo. "Nenhum país que queira se desenvolver poderá se afastar totalmente da execução das atividades espaciais. Será que estamos investindo muito, pouco ou o certo? Só no futuro teremos a resposta. Os recursos que nos foram dados estão sendo investidos da melhor maneira possível", garantiu.
Segundo o gerente da Missão Centenário, uma expedição espacial é uma operação de risco. Em princípio, Marcos Pontes iria ao espaço com os norte-americanos e começou os treinamentos nos Estados Unidos. Mas houve uma mudança de planos em decorrência do acidente da nave Columbia, que suspendeu os vôos dos ônibus espaciais norte-americanos.
"Dentro de um acordo entre o Brasil e a Rússia, foi oferecida essa possibilidade de uma viagem do tenente-coronel Pontes à ISS. Mudou apenas o meio de transporte – agora será a nave Soyuz –, mas a ida à ISS já estava planejada", explicou Mussi, acrescentando que ainda não há previsão para a retomada dos vôos norte-americanos.