Brasília, 7/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O comércio poderá crescer 6% neste ano, contra os 5% de 2005 e os 9% em 2004. A previsão é do economista Carlos Tadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele participou de audiência pública da Comissão Mista do Salário Mínimo, no Senado, e disse que os reajustes anuais contribuem para aumentar a atividade econômica e reduzir a pobreza, mas são um agravante para a despesa pública.
Na opinião de Freitas, o crescimento da dívida pública mobiliária federal – no ano passado foi de 20% – é o maior problema no atual cenário da economia, por "provocar a redução de investimentos pelo governo". Ele avaliou que "pequenos e médios empresários estão sofrendo o impacto do alto custo do financiamento, e isso afeta os salários. No entanto, as grandes empresas sempre encontram saída nesse quesito, buscando até mesmo recursos no mercado externo".
Carlos Tadeu de Freitas defendeu ainda, na audiência, que "o governo tem que se preocupar mais com a política fiscal e vincular o salário mínimo ao Produto Interno Bruto per capita, para ter uma noção melhor do seu significado".
Já a economista Simone Saisse, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que o nível atual do salário mínimo (no valor já fixado de R$ 350,00) "ainda é reduzido, dentro das necessidades do trabalhador, e isso é resultado do longo período de estagnação econômica que o país viveu".
Ela defendeu que o governo deve beneficiar os estados da federação por igual, para facilitar a distribuição de renda: "Num contexto mais amplo, isso tem um sentido importante na política social".