Petrobras afirma ter economizado US$ 473,5 milhões na aquisição de termelétricas

02/02/2006 - 18h08

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio – Apesar de ter pago o dobro do valor de mercado de três usinas termelétricas, a Petrobras anunciou ter economizado US$ 473,5 milhões nas operações de compra dos empreendimentos. A informação foi divulgada hoje (2) pelo diretor da área de Gás da empresa, Ildo Sauer, durante coletiva em que anunciou a compra a última térmica, Macaé Merchant (RJ), do grupo norte-americano El Paso, por US$ 357,5 milhões.

Segundo Sauer, a economia deveu-se ao fato de que, por causa de contratos assinados entre 2001 e 2002, a Petrobras fora obrigada a comprar US$ 2,137 bilhões em energia das térmicas Macaé Merchant (RJ), Eletrobolt/Barbosa Lima Sobrinho (RJ) e Termoceará (CE), até maio de 2008.

No segundo semestre de 2004, quando já tinha desembolsado US$ 1 bilhão, a Petrobras resolveu entrar na Justiça Arbitral e suspender os pagamentos, por considerar que os contratos eram prejudiciais à empresa. Desde então, a petrolífera tentou negociar com os donos das três termelétricas a compra dos empreendimentos.

Nos últimos meses, a Petrobras conseguiu fechar negócio, comprando as três térmicas pelo valor de US$ 658,5 milhões. Como já havia pago US$ 1 bilhão pela compra da energia das usinas entre 2001 e 2004, o desembolso da petrolífera chegou US$ 1,65 bilhões, e não mais o de US$ 2,137 bilhões. Um valor, portanto, US$ 473,5 milhões mais barato que se não questionasse os contratos assinados entre 2001 e 2002, segundo Sauer.

Apesar da economia, a Petrobras pagou o dobro do valor real das plantas. Segundo levantamento da própria empresa, as três termelétricas valeriam cerca de US$ 800 milhões, portanto metade dos US$ 1,6 bilhão pagos.

"Aquilo que poderia ser uma perda total, imaginada de US$ 2,137 bilhões, acabou se reduzindo a um valor de US$ 800 milhões. A avaliação que nós temos é que o processo de renegociação redundou na solução de um problema empresarial da Petrobras, reequilibrando contratos que estavam completamente inaceitáveis", disse Sauer.