Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Além de reduzir à metade o número de casos de tuberculose, a meta do governo brasileiro é alcançar a detecção de mais de 70% dos casos e curar pelo menos 85% das pessoas que iniciam o tratamento. Trata-se de uma das Metas do Milênio, assumidas pelo Brasil, a ser alcançada até 2015.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, em 2,5 anos, o Brasil dobrou o número de unidades de saúde que realizam o tratamento supervisionado, por meio de postos e centros de saúde, além de equipes de saúde da família.
"O tratamento supervisionado é capaz de reduzir o abandono do tratamento pelo paciente de tuberculose. Tínhamos 30% de unidades em 2003 e agora temos mais de 63%", destacou.
Barbosa aponta que o Brasil vai cumprir a meta. De acordo com ele, em visita por cidades brasileiras, a organização Stop TB – que reúne 400 instituições, entre elas ministérios da Saúde, fabricantes de medicamentos e organizações não-governamentais em todo o mundo – fez avaliação positiva do programa brasileiro.
"Na avaliação que entregaram ao ministro da Saúde Saraiva Felipe, fazem um elogio ao trabalho desenvolvido no Brasil desde 2003", relatou Barbosa, referindo-se ao acompanhamento feito pelas equipes de saúde da família ao pacientes com tuberculose.
Ele lembrou ainda que a ampliação de unidades de saúde permitiu uma redução da mortalidade e que os novos casos começam a se reduzir.
De acordo com Barbosa, a tuberculose é um problema de saúde em toda a grande cidade brasileira, sobretudo na periferia pobre. "O doente típico é o homem jovem, migrante, trabalhador da construção civil, com problemas associados ao uso de álcool, de drogas e de baixa condição econômica", afirmou.
Ele alertou que a única forma de cura da doença é o diagnóstico precoce e que a vacina BCG só protege na infância. "Toda pessoa que apresentar tosse durante mais de três semanas deve procurar a unidade de saúde, porque pode ser tuberculose. Quando ela não é diagnosticada precocemente, é ruim para a pessoa, que pode ter seu estado agravado, e para os outros, pois passa a ser foco de disseminação da doença", esclareceu.