Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Força Sindical está organizando manifestações de aposentados e acampamentos nos Institutos Nacionais de Seguridade Social (INSS) de todo o país, para sensibilizar o governo sobre o aumento dos aposentados. A informação é do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. "Estamos reivindicando os 16,67% que deram para o salário mínimo para os aposentados que ganham mais que o salário mínimo", afirmou. Segundo Paulinho, há muitos anos esses aposentados não têm um centavo de aumento real. "Vamos fazer uma grande pressão sobre o governo e o Congresso com aposentados na rua a partir da semana que vem", disse.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, o reajuste das aposentadorias também preocupa. "Não dá para que o aposentado continue tendo apenas o reajuste de acordo com a inflação e o salário mínimo tendo aumento real. Se continuar desse jeito, daqui a pouco vamos ter a imensa maioria dos aposentados do país ganhando salário mínimo", afirmou Felício. Ele disse que a CUT irá negociar este ano com o governo um reajuste "escalonado" às aposentadorias. "Isto é, aqueles que têm aposentadoria mais perto do salário mínimo teriam um percentual maior de reajuste. Assim você vai distribuindo renda também para aquele aposentado que é de baixa renda", destacou
O reajuste das aposentadorias deve ser foco de atenção da Comissão Mista do Salário Mínimo. "Vamos dedicar um capítulo especial para aposentados e pensionistas. E também para a recomposição do salário dos servidores públicos federais", afirmou hoje (2) o presidente da comissão, deputado Jackson Barreto (PTB-SE). A comissão foi criada para estudar uma política permanente de reajuste do salário mínimo.
Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Walter Barelli (PSDB-SP), a idéia é que se crie uma forma para que "todos os aposentados tenham progressão nos seus vencimentos". O relator da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), afirmou que os representantes dos aposentados e pensionistas serão chamados para uma reunião com os parlamentares. Hoje foi a vez das centrais sindicais e confederações de trabalhadores se reunirem com a comissão.