Em janeiro, Caixa emprestou R$ 740 milhões para habitação, mais que o dobro de igual período de 2004

02/02/2006 - 14h43

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo- O volume de empréstimos da Caixa Econômica Federal (CEF) para habitação em todo o país mais do que dobrou no primeiro mês de 2006. No período, foram contratados R$ 740 milhões, valor que supera em 107% os financiamentos realizados em janeiro de 2005. Com esse dinheiro, 32.277 famílias puderam comprar o seu imóvel. Os dados fazem parte do balanço divulgado ontem (1º) pelo superintendente do escritório de Negócios Institucional da CEF em São Paulo, Augusto Bandeira Vargas.

Segundo ele, cerca de um terço dos R$ 740 milhões refere-se a operações realizadas no estado de São Paulo, onde os empréstimos atingiram R$ 260 milhões. "O crescimento de janeiro de 2006 se deve a uma soma de fatores que passam pelo cenário econômico mais favorável, com taxas de juros e de inflação mais baixas, pelo aumento da base salarial (mais pessoas empregadas que possibilitam maior quantia em movimento da massa salarial) e mudanças no sistema operacional das linhas de crédito", disse hoje (02), em entrevista à Agência Brasil.

Vargas observou que, sem perder a margem de segurança sobre o montante liberado, a CEF criou sistemas mistos de aplicação dos recursos que permitiram concentrar o atendimento a "famílias com faixa de renda de até cinco salários mínimos e, assim, atacar o problema do déficit habitacional". Ao anunciar hoje (2) os financiamentos para habitação em 2006, o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, disse que faltam criar no país cerca de 7 milhões de moradias.

Em 2005, no estado de São Paulo, a CEF movimentou R$ 29,5 bilhões, a maior quantia já registrada pela instituição, de acordo com o superintendente. Os recursos são a soma de várias linhas de crédito, que incluem financiamento de casa própria, operações comerciais, programas de transferência de renda e pagamentos de benefícios sociais. Para a área comercial foram liberados R$ 7 bilhões, quantia que deve ser ampliada para R$ 12 bilhões neste ano. As tomadas de crédito pelas empresas atingiram R$ 3,59 bilhões, volume 74% maior que em 2004. O crédito habitacional atingiu R$ 2,19 bilhões, mais de em 88 mil contratos.