Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O setor privado realizou hoje (1º) sua primeira reunião com a Câmara de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Camex). O setor estava representado pelo Conselho Consultivo de Comércio Exterior (Conex), composto por integrantes do setor produtivo e por sindicalistas.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, que participou da reunião, destacou que o setor privado sugeriu ao governo "maior atenção aos acordos bilaterais para o comércio de curto prazo, principalmente, levando-se em conta a última reunião mundial dos países exportadores na Organização Mundial do Comércio (OMC)", realizada em Hong Kong, em meados de dezembro. Segundo ele, "avançou-se pouco no que se refere aos produtos agrícolas".
Monteiro Neto informou que o empresariado manifestou à Camex a importância da participação do país no fórum multilateral da OMC, por ele "condicionar a negociação em blocos com a União Européia de forma direta". O presidente da CNI argumenta que "a realidade do comércio exterior mudou e a exportação é uma opção definitiva do empresariado, embora muitos setores enfrentem dificuldades".
No caso dos minérios, ele acha que as exportações continuarão crescendo de forma expressiva em volume e valor. O presidente da CNI é também otimista em relação à área de açúcar e do álcool, mas vê dificuldades para o setor têxtil e de móveis, "que exigem mão de obra intensiva e sofrem dificuldades por causa da valorização do real frente ao dólar".
O empresário avalia como "possível" a meta de o Brasil exportar este ano US$ 132 bilhões. Aponta que o país não pode reduzir tarifas para o mercado internacional, assunto em pauta nas negociações internacionais, "porque ainda enfrenta problemas sérios como o da taxa de juros, da estrutura tributária, das condições de financiamento e das deficiências de logística".
O Conselho Consultivo de Comércio Exterior vai se reunir com a Camex a cada três meses. Porém, ele pode pedir reuniões com o órgão sempre que tiver assuntos a serem discutidos de forma imediata, segundo informou o secretário da Camex, Mário Mugnaini.